O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, voltou a elevar o tom militar e ordenou que seus soldados estejam prontos “para uma guerra real a qualquer momento”. A declaração foi feita durante uma competição de tiro envolvendo unidades de artilharia, realizada na quarta-feira (23), segundo informações divulgadas nesta quinta (24) pela imprensa estatal norte-coreana.
De acordo com a agência oficial KCNA, Kim exortou os militares a se prepararem para “destruir o inimigo em cada batalha”, enquanto acompanhava os disparos das unidades de artilharia em direção ao mar, observando a cena com binóculos ao lado de dois oficiais. A localização do exercício militar não foi revelada.
A retórica agressiva ocorre em um momento de crescente cooperação entre Coreia do Norte e Rússia. Pyongyang tem enviado armas e soldados para apoiar Moscou em sua ofensiva militar contra a Ucrânia, que já dura mais de três anos. Segundo agências de inteligência da Coreia do Sul e países ocidentais, mais de 10 mil militares norte-coreanos foram enviados para a região russa de Kursk, além de munições, mísseis e sistemas de foguetes de longo alcance.
Estima-se que cerca de 600 soldados norte-coreanos tenham morrido em combate e milhares ficaram feridos desde o início desse apoio militar.
Coreia do Norte e Rússia assinaram, em 2023, um acordo de cooperação militar com cláusulas de defesa mútua, reforçando os laços entre os dois países, ambos alvos de sanções internacionais. A parceria foi selada durante uma visita do presidente russo Vladimir Putin a Pyongyang — uma das raras viagens do líder russo ao exterior desde o início da guerra na Ucrânia.
A crescente aliança militar entre os dois países e a retórica belicista de Kim Jong-un voltam a acender alertas na comunidade internacional sobre os riscos de uma escalada militar mais ampla.
