As imagens não mentem: São João Batista virou palco de um escândalo sem precedentes. A educação do município está jogada às traças. Crianças assistem aulas em cubículos fétidos, improvisados em antigas garagens, sem luz, sem ventilação, sem dignidade. Banheiros destruídos, carteiras em pedaços, infiltrações que parecem parte da decoração e até água potável virou luxo raro. Para completar a cena de horror, geladeiras e freezers enferrujados armazenam o pouco que deveria alimentar os estudantes. Um retrato cruel de abandono que beira o crime.
Contraste com os Recursos Disponíveis
O contraste é gritante: em 2025, São João Batista vai receber mais de R$ 39 milhões para a educação, sendo R$ 22 milhões da União. Dinheiro não falta. Mas basta entrar nas escolas para perceber que o recurso não chega onde deveria. A pergunta que ecoa é: para onde está indo todo esse dinheiro?
O histórico já anunciava o desastre. Em 2024, o município quase perdeu verbas do FUNDEB por pura incompetência administrativa. Só escapou porque o MEC prorrogou prazos. Foi o prenúncio do colapso. Hoje, o aviso virou tragédia e a tragédia escancara suspeitas.
Impunidade e Falta de Ação
Enquanto a Polícia Federal prende prefeitos e secretários em cidades vizinhas, desmantelando quadrilhas que desviaram mais de R$ 50 milhões do FUNDEB, São João Batista, mesmo com escolas em ruínas, segue intacta, blindada, como se vivesse em outro país. Será coincidência? Ou estamos diante de um caso clássico de impunidade garantida por conchavos políticos?
O silêncio das autoridades é ensurdecedor. Tribunal de Contas do Estado não age, Ministério Público não aparece, Câmara Municipal se cala. Em qualquer outro município, essa situação já teria estourado em operações policiais. Em São João Batista, parece que vale tudo.
Suspeitas Sobre o Prefeito
E enquanto os estudantes padecem, a cidade comenta em voz baixa: o prefeito, em plena crise, estaria investindo pesado em imóveis e empreendimentos, levantando suspeitas sobre a origem desses recursos. A cada casa nova erguida, a pergunta só aumenta: é com dinheiro da educação que se constrói esse patrimônio?
Chega de silêncio. É urgente que TCU, CGU, Gaeco e Polícia Federal desçam em São João Batista e façam o que precisa ser feito. Por muito menos, já vimos cidades vizinhas virarem alvo de operações. Aqui, a tragédia parece ter virado rotina.
A Educação Enterrada Sob a Lama
A educação de São João Batista não está apenas em colapso: está enterrada sob a lama da omissão, da suspeita e da impunidade. E quem paga essa conta são as crianças, condenadas a estudar em garagens e a viver sob a sombra de um futuro roubado.
A reportagem tentou contato com a Secretaria Municipal de Educação. Até agora, silêncio absoluto. O espaço segue aberto — mas quem estuda em cubículos sabe: silêncio, em São João Batista, virou política oficial.



